sábado, 16 de julho de 2011

Sono


Sono.
Eu poderia entrar em um sono profundo e eterno
um sono doce, tranquilo.
Poderia me afundar nele e nunca mais despertar.

Falam tão bem do Paraíso.
Dizem que lá é calmo,
é onde se encontra a paz.

Já não vejo o sol.
Está tudo banhado em trevas.
Vi o sol nascer,
o vi por muito tempo brilhando no céu,
me iluminando, me mantendo viva.
Depois veio o crepúsculo.
Do crepúsculo passou para um noite sem luar.
E a escuridão permanece,
aumenta cada vez mais,
me mantém presa, acorrentada.

Quem sabe um dia o sol vá brilhar de novo.
Quem sabe alguém um dia vá me amar.
Ou não...
Mas o que eu quero é você...
Quero que esse alguém seja você.

Meu olhar.
Ele expressa solidão.
E mesmo por trás de um sorriso forçado,
o sentimento é evidente ali.
É tão claro...

Quero ver a luz
nos seus olhos dourados.
Quero o seu abraço,
o seu cheiro.

A aliança
permanece no meu dedo.
Não sou capaz de retirá-la.
Já faz parte de mim.
Me lembra um passado feliz,
recente e distante ao mesmo tempo.
E me faz sentir como se ele fosse presente.

Minha mãe ainda fala bem de você para quem quizer ouvir;
os meus colegas perguntam por você;
a minha irmã ainda te critica;
os meus sonhos fazem questão de te incluir.
Mas eu nunca falo.
Permaneço calada e forço um sorriso.
Não sou capaz de dizerque te perdi...
nem mesmo para mim.

Ainda estou te esperando.
Ainda espero você vir cumprir a última promessa.
Dizer adeus.

Faz ainda mais frio no inverno
do que no outono.
Faz muito frio,
e eu tenho sono.


Lara Cristina Veiga Bernardo 04/07/2011

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