sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tempestade



Os pássaros se foram,
o céu antes de um belo azul,
assumiu um tom cinza escuro.
Não há mais aquela leve brisa,
agora o vento é forte e feroz,
ele tem raiva, ele é violento,
ele não mais acaricia.
Já não vejo mais aquela luz de aurora,
aquele frescor, aqueles raios de sol.
Agora chove,
o céu se revoltou e ele mostra toda sua fúria.
Não há mais aquele som das árvores cantando uma suave melodia com o vento,
os únicos sons que escuto
são os estrondos dos raios e trovões.
E já não sinto aquele doce aroma de vida,
o cheiro é podre.

Para onde foi aquela vida?
Por que tenho que conviver com essa morte?
Por que o céu se revoltou contra mim?
Se eu pedir ele tráz tudo de volta?
Então, por que eu peço e nada acontece?

Eu só quero aquele brilho de volta!
É pedir muito?
Já não aguento mais ter que ficar presa nesse quarto,
sem sua companhia,
sozinha com a minha solidão.

Então eu decidi que isso não pode continuar!
Essa tempestade vai acabar!
Eu dobrarei os meus joelhos perto da janela,
olharei para o céu tristonho,
e pedirei até que o tempo mude.
Eu continuarei lá,
pedindo, implorando.
Chorarei e farei promessas,
mas o meu desejo irá se cumprir.

E quando a tempestade passar,
enfim poderei ver você meu anjo,
poderei sorrir
e te abraçar.
Só então me sentirei bem.

_Olá!_
Eu escuto uma voz.
Que voz é essa?
É sua?
Não, não é sua,
ela é mais triste, mais mórbita.
É a voz da saudade, da solidão!
Oh meu Deus, tire-a daqui!

Esse pesadelo não acaba,
ele só piora.
Mas ele irá acabar.
Um dia,
verei o sol de novo.


Lara Cristina Veiga Bernardo 04/04/2011

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