sexta-feira, 29 de abril de 2011

Escuridão



Corro por um floresta.
Como ela é escura,
como é medonha e sombria!
Então eu continuo a correr
para que consiga sair dela o quanto antes.

Em diversas vezes eu caio.
Me machuco,
me arranho nos espinhos das rosas
e choro no chão úmido.
Mas percebo que mesmo com dor,
tenho que seguir em frente.
Então eu me levanto
e com os olhos banhados de lágrimas,
procigo a caminhada,
continuo a correr em meio ao desespero.

Então eu escuto a sua voz,
e por isso sei que estou chegando à claridade.
Sua voz me guia.
Eu corro cada vez mais rápido,
meu coração acelera.
Há uma felicidade dentro de mim,
só por saber que logo te verei.

Mas o medo me assombra.
Eles querem que eu desconfie de você.
O pior, é que eles conseguem me por para baixo por algumas horas,
mas eu me lembro do que você disse
e percebo que são medos bobos.
Isso não faz com que eu deixe de tê-los,
mas ao menos consigo amenizá-los.

Quero correr mais rápido!
Minhas pernas são tão lerdas!
Quero chegar logo à luz!
Elas parecem que não querem se mexer!

Queria ter asas de anjo.
Queria asas como as suas.
Queria asas para poder voar
e chegar até você o quanto antes.

Mas eu não tenho asas de anjo...
Não vou desistir!
Chegarei até você!

A noite cai.
Eu adormeço,
mas não paro de correr.
E durante o sono,
tenho pesadelos!
Sonho que vou te perder,
sonho que irei morrer sem poder dizer, que te amo, uma última vez.
Acordo assustada
pedindo pelos belos sonhos de volta.

Me jogaram aqui dentro.
Mas eu irei sair.
Encontrarei de novo a luz do dia,
te verei sorrir.
Continuarei correndo,
e nem que eu aprenda a voar,
chegarei à luz do seu sorriso.


Lara Cristina Veiga Bernardo 18/04/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário